Actualmente a condução é uma actividade banal. Porém, a circulação rodoviária é um sistema complexo, em que tornar-se condutor é aprender a viver neste sistema de modo a ser capaz de conduzir um veículo sem colocar em perigo a própria segurança e dos demais utentes da via.
No sistema de circulação rodoviária intervêm três factores/elementos:
·A via -> é o cenário onde o trânsito se desenrola;
·O Homem -> é o protagonista que actua na via desempenhando, fundamentalmente, dois papéis: como condutor e como peão; sendo o elemento principal do sistema, pois é do seu comportamento que depende, em grande medida, a segurança rodoviária;
·O veículo -> é o elo de ligação entre o condutor e a via.
Durante o trabalho irão surgir comentários relativamente ao desrespeito de normas durante a condução, apresentando a qualificação, a coima, a pena, a inibição de conduzir ou a proibição do mesmo.
Como já referido na Introdução, existem três factores/elementos intervenientes no sistema de circulação rodoviário: a via, o Homem e o veículo.
Para que a condução seja boa e segura o condutor deve adaptar o seu comportamento ao nível de exigências imposto pelas diversas situações da via, o qual resulta nomeadamente: das características geométricas e físicas da via; das condições ambientais; do trânsito.
Não é o mesmo conduzir por: troços rectos que por curvas; troços escorregadios que por aqueles que apresentam boas condições de aderência; um pavimento calcetado que por aqueles que são revestidos de asfalto, etc.
A condução é diferente conforme se faça: sobre um pavimento seco ou molhado, nevado ou gelado, ou sobre um pavimento limpo ou com sujidade; sem vento ou com vento forte; em condições normais de visibilidade ou em condições adversas que a diminuam sensivelmente; de dia ou de noite; etc.
A condução também é influenciada pela intensidade, fluidez e composição do trânsito. Efectivamente, a circulação torna-se mais difícil quando: há muitos veículos na via e quando há poucos; se transita por uma via estreita e sem bermas, ou passeios que por outra via larga, com bermas, ou passeios; transitam veículos de grandes dimensões que quando não transitam, etc.
Atribui-se habitualmente ao acidente uma causa única, por exemplo, a velocidade ou o álcool. No entanto, o acidente é consequência de uma acumulação de pequenos factores (pavimento escorregadio, pneus gastos, excesso de velocidade, condutor sonolento, etc…) constituindo, porém, um destes, causa principal do acidente pela maior influência na produção do mesmo.
Conduzir é uma tarefa conjunta que consiste numa constante adaptação a diversas situações que evoluem sem parar.
Durante a condução, o condutor percebe as informações procedentes quer do exterior quer do interior do veículo; posteriormente analisa a situação, prevê o que pode acontecer e decide o que fazer; finalmente age sobre os comandos do veículo.
O condutor necessita de recolher todas as informações úteis à condução. Para o efeito, é indispensável que a sua visão seja boa. No entanto, não basta ter uma boa visão. Pois o condutor deve saber procurar e escolher os índices fundamentais para conduzir. É, assim, importante que saiba onde, quando e como olhar e, ainda, quais as informações mais importantes. A audição também assume um papel importante na recolha de informação podendo até, em determinadas situações sobrepor-se à visão.
Após recolher informação, o condutor deve analisar a situação em que se encontra para prever o que pode acontecer e decidir o que fazer. Para o efeito, é imprescindível que:
·Conheça e compreenda bem as regras do Código da Estrada;
·Tenha em conta o comportamento dos outros utentes da via;
Funções sensoriais determinantes para o exercício da condução
A visão
Para uma condução segura é necessário que a informação sobre os elementos que intervêm no trânsito, seja percebida pelo condutor com precisão, e que o seu cérebro indique e interprete adequadamente todos eles para lhe dar ordens neuromusculares que actuem de modo correcto sobre os comandos do veículo.
O campo visual é a extensão total que se pode ver olhando em frente para um ponto distante sem mover a cabeça e os olhos. Abrange tudo o que se vê em frente e a visão lateral.
A acuidade visual é a capacidade de discriminar com nitidez os pormenores dos objectos observados a uma determinada distância.
A Audição
A audição é a função sensorial pelo qual o ouvido capta as vibrações sonoras que se produzem à sua volta, as quais são transmitidas pelos nervos até ao centro do cérebro. A audição assume um papel importante na condução: permite a distinção de sons e da sua intensidade, bem como a identificação da direcção de onde provêm, constitui um contributo valioso na recolha de informação necessária para uma boa condução.
Factores que influenciam as aptidões psico-físicas do condutor
O stress
A tensão (stress) cria uma perda de equilíbrio físico e emocional, podendo provocar situações perigosas na condução dos veículos.
O stress pode ter origem em preocupações de vária ordem, podendo ser causadas pelas próprias condições do trânsito, pela condução (pouca fluidez do trânsito, congestionamentos, comportamentos incorrectos dos outros utentes da via...)
A fadiga
Existem vários factores que podem fomentar a fadiga como a condução por várias horas seguidas, a insuficiência de horas de sono, as doenças, as condições ambientais adversas, a condução em trajectos desconhecidos ou monótonos, o trânsito intenso, o habitáculo do veículo mal ventilado e a incorrecta posição do condutor no veículo.
A fadiga manifesta-se de diversas formas, são exemplos: pálpebras pesadas, picadas nos olhos, bocejos, necessidade de mudar frequentemente de posição, cãibras e dores musculares. Causa enervamento, diminuição da capacidade de concentração e percepção e reacções tardias.
A sonolência
Esta é uma das condições mais adversas à segurança rodoviária, pois durante a sonolência a pessoa entra num estado fisiológico caracterizado pela falha de sensações e de movimentos voluntários, que originam uma série de desordens no organismo muito perigosas para condução.
O Álcool
O excesso de álcool pode levar a acidentes gravíssimos, onde existem vítimas mortais, graves e por vezes ligeiros. Durante a condução, o álcool tem efeitos, como a diminuição da concentração, diminuição da acuidade visual, diminuição do campo visual, falseamento na apreciação das distâncias e nas velocidades, aumento do tempo de recuperação após encandeamento, aumento do tempo de reacção, perturbação da audição, diminuição de reflexos, criação de um falso estado de euforia, aumento do risco do acidente...
O mesmo acontece com a ingestão de drogas ou medicamentos que alteram o estado físico e psicológico do condutor.
Velocidade
Velociade é o espaço ou distância percorrida em certa unidade de tempo. A velociade expressa-se, frequentemente, em quilómetros por hora (Km/h).
A velocidade média, não se deslocando o veículo sempre à mesma velocidade instantânea, para se calcular a sua velocidade média num determinado percurso, divide-se a distância que o veículo percorreu pelo tempo que demorou a percorrê-la.
Velocidade moderada é aquela que, não sendo excedidas as velocidades legalmente estabelecidas, nem sendo lenta, permite ao condutor executar as manobras cuja necessidade seja de prever e, especialmente, fazer parar o veículo no espaço livre e visível à sua frente.
Por vezes a velocidade é fruto das condições físicas e psicológicas do condutor.
A velocidade é um dos problemas sério existente nas estradas, sem precaução, um dos principais responsáveis pelas mortes nas estradas. Tenha ATENÇÃO!
SABIA QUE...
Em muitos estados/países são executados métodos para baixar a velocidade do condutor. São exemplos métodos utilizados no Canadá e na Califórnia.
Os automóveis ligeiros devem estar providos de cintos de segurança ou de sistemas de retenção aprovados nos lugares do condutor e de cada passageiro.
O condutor e passageiros transportados em automóveis são obrigados a usar cinto e demais acessórios de segurança com que os veículos estejam equipados.
Acessórios/formas de segurança
- Sistemas de retenção para crianças;
- Capacete de protecção;
- Sinal de pré-sinalização de perigo e colete (reflectores);
O comportamento a adoptar pelo condutor face a peões
Peões
Os peões são os utentes que maiores e especiais cuidados requerem por parte dos condutores.
O condutor deve moderar especialmente a velocidade e redobrar a sua atenção.
O condutor do veículo deve ceder a passagem aos utentes na passadeira, se não, por desrespeito pelo trânsito dos peões nas passagens para o efeito assinaladas constitui contra-ordenação grave, podendo ainda constituir crime. O condutor que muda de direcção, deve ceder a passagem ao peão, mesmo não havendo passagem (passadeira) para atravessar, o condutor deve de imediato reduzir a velocidade ou até mesmo, parar. O desrespeito da cedência de passagem dos peões pelo condutor que mudou de direcção dentro das localidades constitui uma contra-ordenação grave, podendo, ainda, constituir crime.
O comportamento cívico e a condução defensiva
Para que o deslocamento dos diferentes utentes pelas vias públicas se possa efectuar de forma ordenada e com as devidas garantias de segurança é importante que haja cooperação/colaboração entre todos eles.
Para cooperar/colaborar com os outros utentes da via, o condutor, deve:
- Não importunar;
- Compreender;
- Não surpreender (ser visto);
- Não se deixar surpreender (ver).
A condução defensiva é a atitude tomada pelo condutor no acto da condução de modo a evitar acidentes.
O condutor deve reduzir a velocidade e aumentar consideravelmente a distância de segurança.
Chuva
A chuva reduz a visibilidade e a aderência.
O condutor deve reduzir a velocidade, prever a distância de travagem maior, evitar acelerações e travagens bruscas, aumentar a distância de segurança.
Neve e gelo
A queda de neve reduz a visibilidade e também, a aderência.
O condutor deve reduzir a velocidade, utilizar o sistema de ventilação e limpar o pára-brisas, utilizar correntes de neve, aumentar a distância de segurança.
Condução nocturna
Para evitar o acidente, o condutor deve reduzir a velocidade, aumentar a distância de segurança, deve prestar atenção aos peões, evitar encandeamentos, não deve conduzir por mais de duas ou três horas, deve descansar tempos suficiente para iniciar ou retomar a condução do veículo.
Condução sob a influência do sol
Para prevenir acidentes, o condutor deve: atenuar os seus efeitos, mediante a utilização da pala de sol do veículo e de óculos de sol adequados, reduzir a velocidade e não deve efectuar ultrapassagens.
A Carta de Condução é o documento que atesta a aptidão de um cidadão para conduzir veículos a motor na via pública. É considerado um requisito mínimo para poder conduzir.
Idade mínima para conduzir
Para cada tipo de veículo, existe uma idade mínima que pode ir dos 16 aos 21 anos de idade.
Motociclos- a idade mínima é 16 anos
Veículos ligeiros- a idade mínima é de 18 anos
Veículos pesados- a idade mínima é de 21 anos
SOS nas estradas
Em muitas estradas, se não em todas mas principalmente nas auto-estradas, existem postos de segurança, socorro/SOS, que acodem quem necessitar, por exemplo: uma carro que ficou sem combustível, um acidente ligeiro...
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